Sunday, March 12, 2006

Estou no comboio a vir de Londres a tentar fechar os olhos e dormir um pouco, mas o raio da gorda que está à minha frente, não me dá outra hipótese senão começar a escrever este texto. É que das duas uma, ou eu cometi o erro de lhe fazer um ar de quem lhe achou piada ou era ela a tentar a sua sorte (não digo sorte grande, digo apenas sorte, porque também não sou grande coisa, eh eh eh ). O que é certo é que pisadelas e sorrisos balofos a dizer “Sorry, sorry” foi coisa que não faltou. E olhem, lá tive eu que procurar uma página do jornal Independent que estava a ler (ai que culto que eu sou!) para poder escrever este texto.
Mas vamos ao que interessa.

São sete da noite e estou a voltar a de uma jornada de dois dias em Londres (se fizerem as contas isso dá ontem e hoje :)), e que me proporcionaram um conjunto de novas experiências (vejam lá esses segundos pensamentos…não é nada disso).

1ª Experiência – Usar os serviços do nosso consulado em Londres.
Em Portugal sempre ouvi a história do “arco-da-velha” acerca da nossa embaixada em Londres. Pois bem, afinal não eram mentiras nem exageros, é verdade. Mas posso me considerar uma pessoa de sorte, para o que precisei tive um serviço digno de se chamar serviço público (não estou a ser irónico, é verdade). Poucos recursos, para tanta gente e muitos lobbies políticos a “chuparem” o dinheiro que deveria ser empregue na melhoria de serviços (há que manter a tradição, e mesmo fora de Portugal temos de manter a nossa identidade, eh eh eh), exemplo disso é a nossa amiga Maria Elisa que é adida cultura em Londres (seja lá o que isso for…acho que nem ela o sabe). Resumindo, maus profissionais existem em todo o lado (menos no Benfica eh eh eh), mas eu só tenho a dizer a bem (excepto do sistema de marcação de entrevistas na embaixada, ter falar com um gravador mesmo em caso de urgência, não o desejo a ninguém) e por isso deixo aqui o meu agradecimento ao Dr. Paulo Coimbra por toda a sua atenção e disponibilidade.

2ª Experiência – Sentir outra vez o sabor de uma Superbock
Bem, poderíamos entrar numa tertúlia do porquê de Superbock e não Sagres. Bem, eu tenho a minha teoria. Sagres é para as minis e Superbock é para o tamanho normal, há coisas que não se explicam, são assim prontosssss! Mas vamos lá contextualizar a história.
Eu confesso que sou daqueles Benfiquistas que só sai da toca quando ganha. Já tive a minha dose de fanatismo, e como detesto perder, prefiro só falar de futebol quando ganho…e por falar em ganhar, ganha-mos ao Liverpool. È que, para quem mora nesta ilha, apelidada de o Grande Reino Unido, isto tem um sabor especial (coisas de emigrante J). Por isso cheguei a Londres e pedi ao meu anfitrião o xôor Tiago, ex-produtor de cinema e futuro gestor de aviação (quando ele abrir as rotas para as Polinésias Francesas, Tahiti ou costa Rica….eu não me importo de oferecer para cliente mistério), para me levar a um sítio onde eu pudesse festejar a afamada vitória com uma superbock. Fomos então a Stockwell (onde fica a comunidade Portuguesa em Londres), escolhemos um dos muitos cafés que por lá se encontram e lá bebi a tão ansiada cerveja (bem não foi bem uma, mas também não interessa porque eu já não me lembro de quantas é que foram nem do caminho que se faz para ir para casa :) ).
Tiago esta linha de agradecimento é para ti, pelas superbocks, pelo tecto e pela dose industrial de comida chinesa a 3 libras. É pá e já quase que me esquecia, também pelo Expresso que os teus pais te enviaram, onde pude novamente folhear a revista Única, aquilo que eu apelido de cultura dos pobres (e por isso sou um pobre muito culto :)) mas que eu não prescindia quando estava em Portugal.

3ª Experiência – Ida ao mercado de Borough.
Já considero que tenho algum conhecimento dos mercados que existem em Londres. Mas desta vez conheci um que é uma autêntica arca de Noé (só que para comida). É o mercado de Borough, todas as Sextas e Sábados e saem na estação de London Bridge. Quando entrei parecia um miúdo que vai pela primeira vez ao Toys R Us: sentia-me perdido e a querer trazer tudo para casa. Simplesmente divinal.
Joaninha, obrigada pela “dica” do mercado, obrigada pelo almoço e acima de tudo obrigada pela tua companhia. E não te esqueças do meu abraço para o teu Paolo.



PS1 - Ó Hugo faz o favor de ler o raio do texto até ao fim que isto deu trabalho a escrever.
PS2- Estou em Portugal de 29 de Março a 6 de Abril.