Planos para 2007, 2008, 20009.....

Planos faços, desfaço-os e torno a faze-los. Surgem-me novas ideias, esqueço as antigas, mas o importante é que tenho sempre algo na minha mente.
Com o aproximar do fim de ano vem a epoca de fazer o balanço (Mãe não são os contabilisticos, esses deixo-os para ti e para o Pai) do que se passou e do que se vai passar. O principal (e este conselho foi-me dado por ti gordinha e que estás uma gravida linda de morrer, já com a Francisca dar pontapés a toda a hora): “Puto o importante é gerires as tuas expectativas”.

Numa altura da minha vida em que tinha muitos pontos de interrogação, se devia ir para a esquerda ou para direita, subir ou descer, deitar-me ou acordar, sorrir ou chorar, essa frase deu-me força para dar muitos passos os quais ainda hoje caminho. Embora seja um pouco caótico na minha vida pessoal (e no fundo não somos...todos nós :)) a verdade é que essa simples frase têm aparado muitas quedas.

Tinha planos para em vez de estar mais 2 anos em Manchester, estar só mais 1, e voltar aos states para trabalhar e aprender com os melhores (Cia – Culinary Institute of America). Tenho planos para daqui a 10 anos ter um espaçinho meu na parte velha de Lisboa (e quanto mais velha melhor), pequenino mas a onde vocês possam ter um lugar para sentar e receber um abraço meu, e fechar uma vez por mês so para eu ter o previlégio de falar com mais calma com todos vocês (talvez por isso nunca vá ser rico ah ah ah) e no verão ter outra coisa também pequena na costa alentejana, onde possa fazer aquilo que gosto na parte da manhã e o resto do dia por as mãos na minha cozinha.

Mas hoje ao ler um livro (letters to a young chef – Daniel Boulud), surgiu mais um plano para o meu futuro. E o que li era o seguinte:
“The best cuisine that you can learn is from your grand mother”.

Embora na minha casa, a influência da minha princesa seja muito mais moçambicana (a minha avó maternal), a minha outra princesa já não está presente para me ensinar (a minha avó Maria) o melhor da cozinha Beirã.
Mas deixou-me a melhor pessoa para me passar esse testemunho. A minha Madrinha.
Durante anos chamei-lhe Tia (antes de ser minha madrinha é minha Tia), ao que ela sempre me corrigia, dizendo que era Madrinha e Tia vinha depois (no dia seguinte chamava-lhe Tia outra vez :) ). Profundamente religiosa, hoje compreendo o que ela quer dizer com isso (de católico tenho muito pouco, a minha religão são os meus amigos e a minha familia e o...Benfica:) ). Mas respeito-a muito por isso, e pelo carinho quando o afirma.

Estava eu no comboio a caminho de Grand Central a ler o respectivo livro, quando estabeleci mais um plano para o meu futuro:
Passar um mês na aldeia mais bonita que eu conheço (São João do Peso) e aprender com ela tudo o que eu puder acerca da gastronomia beirã. Desde o melhor arroz doce que eu já alguma vez saboriei, o pão que só ela sabe fazer, sem falar nos cozidos que fazem um vegetariano voltar a comer carne ou peixe e tudo isto cozinhado em fogo de lenha.
Aos fins de semana, vocês aparecem por lá para darem a vossa opinião (e engordarem mais umas gramas eh eh eh).

É apenas mais uma das minhas ideias para 2007, 2008, 2009 ou...quando calhar, a juntar às imensas que tenho na minha cabeça.



Como ando numa roda viva, não tive tempo de desejar um bom ano novo a todos o quanto o queria.
Deixo-vos então com os votos de um óptimo ano novo com muitos planos, sonhos e tudo o que mais couber nessas duas palavras.

PS. - O texto está um pouco longo, mas embora hoje esteja de chuva eu...estava num dia “sim”.